A definição do que venha a ser vínculo é quando se tem a capacidade de ligar, unir, atar uma coisa à outra e, neste caso, voltamo-nos às pessoas. Com isso surge um terceiro que nomeamos de relação e na psicoterapia vincular forma-se uma persona. É nesta persona que será a atuação do terapeuta. Qualquer relação inicia-se por algum dispositivo e, ao longo do tempo, sofre alterações que perpassam pela conquista, perda e reconquista, mas que estão atravessadas pela subjetividade de cada sujeito sendo formado de interdeterminações e alianças inconscientes. A adoção é um dos exemplos que emerge dessas alianças e desse entrelaçamento.

A psicoterapia vincular intervém no que surgiu da relação sobre a transferência no intra entre duas pessoas, onde a terapia só acontece na presença de ambos e permite que juntos se impliquem e se reconheçam na relação. As interpretações surgem para comunicar aos responsáveis diferentes possibilidades, uma vez que cada um quer se sobrepor sem se perceber, ao ponto de que alguns problemas que surgem durante a sessão sejam paradoxais e passem despercebidos.

Desse modo, este tipo de psicoterapia promove uma separação entre o que é de cada um e o que é da relação, propiciando novas possibilidades no campo do “entre”, recorrendo à percepção e à criatividade dentro do vínculo. Entende-se que psicoterapia vincular intervém no “entre”, diferenciando-se da psicoterapia familiar e pode ser realizada entre casal, pais e filhos, relações conflituosas que requeiram um terceiro para melhor compreensão.

Devido a isso, uma vez que pensamos nas relações vinculares entre pais e filhos, entendemos que todo filho perpassa pelo processo de adoção, sendo ele biológico ou não. Portanto, a construção de laços e vínculos num processo principalmente de adoção tardia pode ser favorecida com ajuda do profissional para promoção do apego seguro.

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